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Combatendo a Pobreza Menstrual com a Plan International

Não é de hoje que nós fazemos doações de Coletores Menstruais para ONGs, desde o início das nossas atividades temos nos dedicado a combater a Pobreza Menstrual. Em 2018, a gente já mostrava nos nossos canais a nossa parceria com a Plan International Brasil, uma relação que vem se consolidando com o tempo e ajudando a mudar a vida de muitas meninas pelo Brasil!

E é para compartilhar com vocês todo o trabalho incrível que a Plan International Brasil vem fazendo, que decidimos entrevistar a Alice e a Creuziane para que elas nos contem um pouquinho para onde estão indo os nossos copinhos e como eles tem feito a diferença. Bora acompanhar essa conversa inspiradora?

1 – Alice e Creuziane, obrigada por toparem fazer essa entrevista com a gente do Mundo Violeta ????Primeiro gostaríamos que vocês nos contassem um pouquinho sobre a Plan International.

A Plan é uma organização humanitária, apartidária, não governamental e sem vínculos religiosos que está presente em 75 países, há 84 anos. A Plan trabalha para promover os direitos das crianças e igualdade para meninas por meio de projetos, programas, ações de incidência e mobilização social.

2 – O trabalho que vocês desempenham é incrível e a gente admira muito tudo que vocês fazem! Mas me conta, onde vocês têm atuado, no Brasil?

A Plan atua no Brasil desde 1997 e atualmente nos seguintes estados: Maranhão, Piauí, São Paulo, e Bahia, incluindo zona urbana e rural, com prioridade nas áreas com altos índices de vulnerabilidades sociais.

Nossas estratégias de incidência política e mobilização em rede possibilitam que pautemos as demandas das meninas em novos espaços do Legislativo, Executivo e na sociedade civil, alcançando assim todo o território nacional. 

3 – E quais são os principais projetos que vocês vêm desempenhando nesses locais?

O nosso planejamento estratégico prevê 4 pilares de atuação: 

Progredir – viver e crescer livre de violências – neste pilar, temos os seguintes projetos: Cambalhotas, Down to Zero, Famílias que cuidam, Papo Reto, Awurè. 

Decidir – tomar decisões sobre suas próprias vida: La League, Água, Saúde e Vida, Adolescentes Multiplicando Saúde, Nosso Corpo, Adolescente Saudável. 

Aprender: acesso a formação para trabalho digno, emprego e renda.

Liderar – ter suas vidas ouvidas e respeitadas: Rede de Meninas Líderes, Escola de Liderança para Meninas, Geração, Minhas Escolhas, Líderes da Mudança, Aceleradora da Igualdade, EmpoderaElas.

Esses são alguns dos projetos em cada um dos pilares, com faixas etárias e públicos diversos, com metodologias específicas e com intervenção transformadora de gênero. 

4 – Nós vimos no site de vocês que vocês foram um dos principais responsáveis, junto com a ONU, pela criação do Dia Internacional da Menina, que acontece todos os anos, no dia 11 de Outubro. Qual foi a motivação de vocês para a criação deste dia?

O Dia Internacional da Menina foi instituído em 2011 pela Organização das Nações Unidas (ONU) para destacar os avanços realizados na promoção dos direitos das meninas, além de chamar a atenção sobre a necessidade de eliminar as desigualdades de gênero no mundo inteiro.

A Plan teve forte influência através de pesquisas e incidência. A importância de oficializar o Dia da Menina é ter uma data dedicada à conscientização da sociedade sobre a necessidade de se continuar lutando pela igualdade até que meninas e meninos possam desenvolver igualmente seu potencial. 

A Plan International Brasil tem trabalhado junto a governos estaduais e municipais para que a data seja reconhecida oficialmente e celebrada como um compromisso pela adoção de políticas públicas voltadas para a igualdade de gênero.

Todos os anos a Plan se propõe a engajar atores da sociedade civil, empresas e governo para celebrar a data, evidenciando as barreiras vivenciadas, além de dar voz às meninas com o movimento meninas ocupam, onde uma menina é incentivada a ocupar espaços de poder político, social  e econômico por um dia, demonstrando todo o seu potencial, além de se perceberem nesse espaço quando adultas e que elas podem ser o que quiserem e de sensibilizar as pessoas desses espaços para a igualdade de direitos. 

5 – Vocês abordam a questão da menstruação nos projetos de vocês? Como as meninas lidam com este tema?

Sim. As questões relacionadas à saúde menstrual fazem parte dos temas trabalhados nos nossos projetos. Como um tema que passou por um longo processo de silenciamento, tomado como tabu e permeado por mitos, as meninas tem uma dificuldade inicial de lidar com a temática de maneira natural, apresentam estranhamento e aversão à menstruação.

Nosso principal foco está na desmistificação da menstruação, para que seja compreendida como um processo natural e como sinônimo de saúde. Dessa maneira, trabalhamos as questões relacionadas a gênero e desigualdades estruturais, o processo fisiológico da menstruação e saúde e pobreza menstrual como questões sociais.

Ao final desse percurso temos meninas com mais habilidades em manejar a própria menstruação e vivendo de maneira mais pacífica com o próprio corpo.


6 – Nós, da Violeta Cup, doamos neste ano, para a Plan International Brasil, 500 copinhos que vão mudar a relação de muitas meninas com a menstruação. Vocês podem nos contar para onde foram esses copinhos?

A doação foi super bem-vinda e ainda estamos em processo de entrega. A doação tem sido realizada no Maranhão, tanto na região dos cocais quanto na grande ilha.

Os coletores estão sendo distribuídos nas atividades do projeto “Água, Saúde e Vida”, que viabiliza acesso à água para as comunidades, onde o tema da menstruação é essencial, uma vez que a escassez da água inviabiliza a adequada higiene, inclusive no período menstrual.

Participantes de outros projetos como: “Plan em Ação” e “Escola de Liderança para Meninas” também estão recebendo oficinas sobre o tema, com orientações para a utilização dos coletores, e ao final recebem o item.

Recentemente 60 jovens mulheres do projeto “Empodera Elas” em Codó receberam os coletores e a formação na temática. Além da entrega para pessoas menstruantes participantes dos nossos projetos, foi realizada uma Campanha sobre a pobreza menstrual em parceria com “Mulheres do Axé do Brasil”, com sensibilizações e entrega dos coletores em comunidades quilombolas e de terreiros. 

7 – Sabemos que, infelizmente, falar sobre menstruação ainda é tabu e muitas pessoas não têm acesso à estruturas sanitárias ou a materiais educativos que falem sobre o próprio corpo e sobre a menstruação.

É por isso que uma das grandes preocupações que temos ao doar Coletores Menstruais, é garantir que as meninas que vão recebê-los sejam devidamente instruídas para que possam usá-los de forma segura.

Nós sabemos que a Plan International não faz somente a doação dos nossos copinhos, mas desenvolve também oficinas educativas sobre o assunto. E é por isso que a gente escolhe atuar com vocês!

Como é essa entrega dos Coletores Menstruais? Vocês podem contar um pouquinho para a gente?

O tema da menstruação é transversal nos projetos. Realizamos oficinas educativas e temos um livreto educativo que entregamos às pessoas com informações e propostas de atividades que podem ser realizadas em famílias e com amigos, com o propósito de sensibilizar e multiplicar informações. Ao final do ciclo de oficinas entregamos os coletores. 

Nas oficinas sobre menstruação trabalhamos os aspectos biológicos, enfatizando as transformações que acontecem no útero, falamos sobre saúde e pobreza menstrual, apresentamos os coletores, calcinhas absorventes, absorventes ecológicos e a variedade de itens mais sustentáveis, enfatizando seus benefícios e as recomendações de uso. Além disso, trabalhamos com elas os impactos financeiros e ambientais que o uso de absorventes de plásticos podem causar, por fim, indicamos materiais de leitura, vídeos e documentários. 

8 – E vocês já tiveram alguma devolutiva positiva sobre os Coletores Menstruais, na vida dessas meninas? 

Sim. A principal devolutiva está na sustentabilidade e praticidade do coletor menstrual. Meninas mais jovens, que ainda não iniciaram uma vida sexualmente ativa, também apresentam receios relacionados ao uso do coletor por medo de “perder a virgindade”.

Um outro ponto positivo também apresentado pelas participantes é sobre o coletor trazer uma maior realidade sobre a menstruação, o cheiro que não é incômodo, além da quantidade de sangue que é menor do que o imaginado a partir do uso dos absorventes externos.

Temos alguns depoimentos que evidenciam essa devolutiva positiva: 

“Acredito que o uso do coletor menstrual nos beneficia de forma individual e coletiva e por isso é super importante. De forma Individual nos proporciona maior liberdade e segurança para fazer atividades comuns e que às vezes nos sentimos impossibilitadas durante a menstruação, além da liberdade proporciona o autoconhecimento do corpo através da necessidade do toque criando assim um momento de intimidade e nós mulheres precisamos disso para compreender melhor esse ciclo natural que é a menstruação, para além disso eu enquanto mulher que já teve problemas de saúde por conta do uso de absorventes externos vejo o impacto positivo do uso de coletor menstrual na saúde íntima feminina. Quando se trata de benefícios para a coletividade considero importante o seu uso pela diminuição de descartáveis, isso significa que quanto menos mulheres usam absorventes externos, menos lixo é gerado, se tem menos lixo tem melhora no meio ambiente e isso também é saúde”. 
Dayra, 22 anos, Codó/Maranhão 
“Só tenho a agradecer pela oportunidade de participar de um curso tão importante que vai servir muito para minha vida. Aprender sobre menstruação pode transformar nossa maneira de passar por esse período, naturalizando esse processo vital e nos permitindo aprender sobre o nosso corpo. Eu não imaginava quantos tabus e quantas informações é possível de aprender por meio de uma formação sobre menstruação ”. Eu ganhei um coletor menstrual e fiquei muito contente. Eu já tinha ouvido falar nesse item mas era de forma bem vaga, no projeto tirei muitas dúvidas e agora vou ter a chance de usar, e isso não estava nos meus planos por conta da minha falta de recurso financeiro pra comprar, estou muito animada e espero obter uma experiência agradável, estou ansiosa para menstruar”. Regina, 19 anos, Codó/Maranhão




9 – Meninas, muito obrigada por trocarem essas ideias com a gente, foi um prazer poder conhecer um pouco mais o trabalho de vocês e ver que ainda tem gente fazendo a diferença no mundo! Vocês nos enchem de esperança!

Tem algum recadinho que vocês gostariam de deixar para todas as meninas?

Meninas vocês tem um poder gigante, são poderosas. Sigam conhecendo e lutando pelos seus direitos, por igualdade de oportunidades e foquem na educação, que é o melhor caminho para alcançarem todos os seus sonhos, para serem o que quiserem ser. 

Sintam-se bem com os seus corpos, conheçam suas transformações  e estabeleçam uma relação de cuidado e amor com o seu ciclo. 

Não é bom saber que a gente contribui para a mudança de milhares de pessoas Brasil afora? Se a gente pudesse, a gente contribuiria muito mais, mas enquanto isso, seguimos sabendo que fazemos a nossa parte e continuaremos lutando por mudança!

Se quiser acompanhar mais os nossos trabalhos e nossas colaborações, segue a gente lá no Instagram!

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